2025/06/03

Mulheres no GOL


"Ergam-se colunas de equidade, pois é tempo de dizermos o que muitos sentem mas poucos ousam proclamar.

Sou mulher. Sou Maçom. E não sou menos por sê-lo.

Aos que ainda se refugiam em sistemas que excluem pela letra e não pela Luz, digo: a Tradição sem evolução torna-se um monumento ao medo. E aos que insistem em limitar a iniciação à morfologia e não à essência, recordo que a verdadeira iniciação não reconhece género, apenas vontade, consciência e caminho.

Sim, existem obediências que, por critérios herdados e não questionados, não admitem mulheres. É a sua escolha. Mas é também a sua limitação.

Felizmente, existem outras que, embora chamadas “irregulares” por esses critérios, têm demonstrado maior fidelidade aos princípios fundadores da Maçonaria: Liberdade, Igualdade e Fraternidade, para todos os seres humanos.

Levanto a pólvora três vezes ao Grande Oriente Lusitano e ao seu Grão-Mestre Fernando Cabecinha, por afirmar, sem hesitação, que a presença da mulher no templo não profana o sagrado - enriquece-o. E por provar, na prática, que a inclusão não é uma concessão moderna, mas uma correção histórica.

Levanto a pólvora aos Irmãos que, apesar de rodeados por mentalidades estreitas, estruturas exclusivistas e discursos paternalistas, reconhecem na mulher uma verdadeira Irmã. Aos que entendem que a Maçonaria não é um clube, é um caminho.

O que fazem os homens Maçons que as mulheres não consigam fazer? Erigir templos? Viver os valores da Ordem? Trabalhar o silêncio interior? Buscar a Luz?"

A resposta é óbvia. A exclusão é política, nunca espiritual!

A Maçonaria construiu civilizações, promoveu liberdade e iluminou o pensamento humano. Como ousamos hoje negar à metade da humanidade esse mesmo direito à transcendência, ao aperfeiçoamento, à Via iniciática?

Aos que ainda olham com desconfiança a mulher Maçom ou Maçona, convido-vos a estudar mais e julgar menos. Aos Irmãos que se dizem defensores da Tradição, recordo: a Tradição viva é a que se adapta e evolui; a que se fossiliza morre.

A todos os que caminham connosco, homens e mulheres, com coragem e lucidez, a minha mais sincera e fraterna saudação.

Aos que ainda resistem, o tempo - esse grande mestre - tratará do resto."

                 Irmã Roberta Doroteia - Grande Loja Simbólica de Portugal


2025/05/31

A Palavra às Irmãs

 

O dia 31 de Maio de 2025 ficará indelevelmente inscrito na História do Grande Oriente Lusitano e, por extensão, na da Maçonaria Portuguesa, como o marco em que se abriram, com nobreza e discernimento, as portas desta Augusta Instituição a uma parte essencial da Humanidade. A partir desta data, o Grande Oriente Lusitano assume-se, com plena consciência e convicção, como uma Obediência promotora da equidade iniciática entre homens e mulheres, materializada numa federação de Lojas maçónicas femininas, masculinas e mistas.

Este avanço civilizacional, que honra os princípios eternos da Liberdade, Igualdade e Fraternidade, deixou para trás resistências caducas, oriundas de alguns sectores aprisionados por preconceitos. Entre esses, contaram-se os que, prisioneiros de visões misóginas ou extremismos reaccionários, viam na inclusão das mulheres uma ameaça aos seus intentos enviesados. Perderam, como inevitavelmente perdem sempre, face à força dos valores democráticos que alicerçam a nossa Ordem.

Ficam igualmente desprovidos de razão os que, sem contributo real para a construção maçónica, vagueiam de colmeia em colmeia, ostentando presunção e vazio, e que agora se verão, em muitos casos, com as portas cerradas, porquanto diversas dessas Obediências, ainda agarradas a tradições eminentemente patriarcais, não acompanharam o necessário aggiornamento que os tempos impõem.

As mulheres, por natureza e experiência, têm revelado uma notável vocação para a Liberdade, para a Justiça e para a Solidariedade. Enquanto mães, educadoras e cidadãs conscientes, compreendem profundamente o preço da guerra e da intolerância, tantas vezes fomentadas por impulsos insensatos. A sua entrada nos Templos será não apenas justa, mas regeneradora.

Acresce que as mulheres representam, em número e em valor, uma força humana e moral insubstituível. A sua integração plena nos trabalhos maçónicos contribuirá decisivamente para a renovação, o fortalecimento e o indispensável rejuvenescimento dos efectivos do Grande Oriente Lusitano.

Assim, em perfeita consonância com os mais elevados princípios da Tradição Iniciática e com os desígnios do Progresso Humano,

Sejam as Irmãs calorosamente bem-vindas.

TBF:.



2020/08/03

incompreensão

Pour le public, un Franc-Maçon
Sera toujours un vrai problème
Qu'il ne pourra résoudre à fond
Qu'en devenant Maçon lui-même.
F.˙. Ricaud, 1737

2019/04/13

Pensar

Uma publicação picada do Facebook (que não é apenas uma latrina de vacuidades), e que apresenta matéria de cariz filosófico que vem ao encontro de algumas das nossas preocupações existenciais. Reproduzo:

~ Daquilo que é mais difícil pensar ~
Se, da diferença entre ambiente animal e mundo humano, ‘nem a cotovia vê o aberto’ (1)

“Heidegger foi talvez o último filósofo a acreditar de boa-fé que na ‘cidade’ – o espaço onde reina a latência (estímulo-resposta correspondente) – ainda fosse possível encontrar um destino histórico para o povo. Foi assim o último a acreditar que o conflito entre o homem e o animal ainda pudesse produzir história e consignar o destino de um povo. É provável que se tenha apercebido do erro visto que, em 1934, escreveu que “a possibilidade de uma grande comoção na existência histórica de um povo está esgotada. Templos, imagens e costumes já não estão em condições de assumir a vocação histórica de um povo de modo a incumbi-la de uma nova tarefa.
Hoje é claro, para quem não esteja de absoluta má-fé, que já não existem tarefas históricas passíveis de serem assumidas ou sequer atribuíveis. Agora o que está em causa é bem diferente e extremo — a tarefa de assumir a própria existência fáctica dos povos.
O homem alcançou finalmente o seu objectivo histórico e nada resta para além da despolitização das sociedades através do alastramento incondicionado da oikonomia ou seja, da vida biológica como tarefa política suprema.
(…) será que não vemos, à nossa volta e entre nós, homens e povos sem essência e já sem identidade a procurar por todo o lado e às cegas, a custo de grosseiras falsificações, uma herança como tarefa? (…)
As potências históricas tradicionais – poesia, religião, filosofia – que mantinham desperto o destino histórico-político dos povos, foram há muito tempo, transformados em espectáculos culturais e experiências privadas, e perderam a eficácia. (…) a única tarefa que parece ainda conservar alguma seriedade é tomar a cargo a «gestão integral» da vida biológica, isto é, a própria animalidade do homem.” (2)

Sobejará a crua assumpção de que ‘os homens são animais, e alguns fazem criação dos seus semelhantes’ (3). 
Mais a mais sabe-se (deveria ser consabido) que ‘os animais têm memória, mas nenhuma recordação’ (4).
-
1 - Heidegger
2 - Giorgio Agamben
3 - Peter Sloterdijk
4 – Heymann Steinthal


2019/01/08

As iniciações autênticas são recebidas na consciência, pois são realizações íntimas que não podem ser reveladas ou transmitidas. 
A verdadeira iniciação é alcançada através da própria vivência do iniciado.


2018/04/14

TV



"A televisão é o espelho que reflecte a derrota de todo o nosso sistema cultural" Buresh

2018/01/31

"As pessoas gostam de andar à caça do maçom"

SERÕES INQUIETOS - Nono Capítulo

Nos 20 anos da maçonaria feminina portuguesa e dos 300 anos da maçonaria global, o "Serões Inquietos" sentou à mesa alguns protagonistas. Discutiu-se símbolos, recrutamento e o papel das mulheres.

Estamos no ano 6017. A vida é a mesma. O café sabe ao mesmo, o metro tem os seus atrasos, Lisboa continua poliglota, os taxistas continuam com o nariz torcido por causa da concorrência 2.0 e as margaritas numa certa casa mexicana continuam salgadas e robustas. A contagem dos maçons segue quatro mil anos à frente dos profanos, mas os seus mundos misturam-se, indiferentes. No programa "Serões Inquietos", a TSF sentou numa mesa do Lisboa Story Center vários protagonistas da maçonaria portuguesa, para conhecer este outro mundo (secreto ou discreto?).

O tom e a postura não eram demasiado sérios. Fernando Alves e Pedro Pinheiro vestiram a camisola do português comum, picando aqui e ali com um alfinete invisível, para tentarem despir a dúvida obscura que tanto apoquenta aqueles que associam a maçonaria a poderes ocultos. Ou à eventual desenvoltura para a escada rolante social.

A conversa começou na origem da Maçonaria (Inglaterra, no século XVIII) e passou imediatamente para Carlos Mardel, o húngaro que, conta o historiador e vice-grão mestre do Grande Oriente Lusitano António Ventura, se transformou no primeiro maçom português naturalizado. Mardel, que até tem uma rua em Lisboa, foi quem desenhou a Baixa Pombalina. Tirou-se o pó a essas formalidades e rapidamente se chegou a Mário Soares, o ex-presidente da República. Era maçom. Começaram as sobrancelhas a contorcerem-se.

"Mário Soares não era um maçom ativo", diz Ventura. "[Uma reunião com Mário Soares] terá sido uma sessão branca, onde se aceita profanos. Quem é iniciado, é [maçom] até à morte, mesmo que se torne num maçom venenoso."Foi o caso de Mário Soares, portanto? "Não, não. Foi um ex-maçom displicente."

Bola para a frente. Há ou não há arquitetura maçónica em Lisboa? O recém-reeleito grão-mestre do Grande Oriente Lusitano sorriu e disse "sorriso". É que antes de esta sessão começar contou a história de um amigo que não dominava a arte dos emojis no telefone. "Então ele escreveu 'sorriso'. Ouviram-se gargalhadas. Lima diz que a "maçonaria é uma ordem simbólica. No século XXI podemos olhar para muitos aspetos e, como maçons, vermos símbolos dos quais se dizem muita coisa".

"Carlos Mardel diria que temos uma imaginação delirante, ficaria de boca aberta, estarrecido, com o que vemos na baixa", agarra a narrativa António Ventura. "É fantástico. O traçado do Terreiro do Paço, da baixa lisboeta, tem a ver com a Europa do seu tempo, com a Europa iluminista. Quem quer ver outra coisa, pode ver." Isabel Corker e Fernando Lima preferem admitir que sim, que há símbolos.

Odete Isabel, ex-grã mestre da Grande Loja Feminina de Portugal, entende o encanto. "Para nós que sabemos a simbologia, encantamo-nos naturalmente. Estamos a fazer o nosso próprio romancear quando olhamos para os objetos que nos encantam."

Isabel Corker, que um dia decidiu ser maçona e foi lá bater à porta, para obter uma entrevista e ganhar o direito a entrar naquelas portas simbólicas, diz que tudo é dual. "É tudo e o seu contrário. O próprio significado da serpente [na estátua do Rei D.José I, no Terreiro do Paço] é dual. A serpente ascendente, como na Farmácia, é conhecimento positivo. A rastejante, como na estátua, é conhecimento negativo. Creio que é a intenção do autor", desvaloriza, deixando cair a tese de que as serpentes ali estão como símbolo maçónico, representando a sabedoria e a cura.

A história da estátua é boa. "O molde em gesso encontra-se ali há mais de 250 anos", conta Paula Oliveira, diretora executiva da Associação de Turismo de Lisboa. "Foi a primeira estátua equestre e de uma pessoa viva. Demorou quatro dias a chegar ao Terreiro do Paço, carregada apenas por homens. O rei não queria que fosse transportada por animais."

Uma coisa que intriga esta gente são os passeios turísticos por este mundo desconhecido para tantos. Mery Ruah, ex-grã-mestre da Grande Loja Feminina de Portugal, indigna-se. "Se fizerem uma descrição muito simples, ganham o dia. É um aproveitamento!" Isabel Corker não acredita que um maçom entrasse nesse "folclore". Odete Isabel, outra antiga grã-mestre da Grande Loja Feminina de Portugal, atira: "são uns chico-espertos!"

Reconhecem que está tudo na Internet, que não há muitos segredos. "Está tudo escrito na Internet, mas continua a ter um lado de segredo. Há o que não se pode verbalizar, porque passa por uma vivência interior. É a passagem interior", explica Corker. "A maçonaria nem sequer é uma sociedade discreta. As pessoas gostam de andar à caça do maçom. A maçonaria serve de bode expiatório para muita coisa", desabafa Lima.

Maçonaria de segunda

Há mais de 100 anos, as mulheres, tal como na sociedade, eram cidadãos de segunda na maçonaria. Nesta mesa retangular estavam de acordo. "Era uma maçonaria de segunda. Havia lojas de adoção, que estavam sob proteção da lógica masculina", explica Ventura.

Odete Isabel ajuda: "A história da maçonaria feminina é a história da mulher comum. A história ocidental viu sempre a mulher como um ser da natureza. Havia para quem nem inteligência tinham. A própria maçonaria expressava num artigo que proibia expressamente as mulheres, os imorais..." - E os coxos! E os coxos!, diz Fernando Lima, com um sorriso rasgado.

Odete Isabel responsabiliza as religiões pelo atraso na emancipação da mulher. "O Cristianismo, o que veio fazer? Criar uma virtude feminina quando estabelece o pecado. Tudo o que é relacionado com a natureza sexual vai para onde? Matrimónio e procriação. Automaticamente cria condições para que as mulheres sejam dependentes, subjugadas, por pais, maridos, irmãos e até filhos adultos."

Durante duas horas discutiu-se a maçonaria, os preconceitos contra a mesma, o papel da mulher, a origem e os símbolos. Já foi perto do fim que o famoso avental surgiu na conversa. "Significa trabalho", diz Isabel Corker, qual Lucky Luke com a resposta na ponta da língua.

"Os ferreiros usavam avental, os pedreiros, os sapateiros... O meu avô usava. Até para se proteger", lembra Ventura. "[O símbolo] remete para o trabalho intelectual, interior. É símbolo de trabalho."


"Até pela Internet"

O tom subia ligeiramente quando se usava o tal alfinete invisível para mencionar supostas influências no poder político. "A maçonaria não tem programa", diz taxativamente o historiador. "É agir sobre nós próprios para influenciar a nós próprios. Não deve ter programa. Já teve. Quem diz que há uma hierarquia para respeitar, é absurdo. Criou-se o cliché de que a maçonaria manipulou a Primeira República", censura, lembrando ainda a suposta candidatura maçom de Fernando Nobre à presidência. A maçonaria não faz balançar uma eleição, diz.
Quanto ao recrutamento, falamos de entrevistas, como se de um trabalho se tratasse. O caráter é a chave. "A maçonaria é uma instituição simbólica, filantrópica, filosófica. Leva ao aperfeiçoamento de cada qual, para atuar da melhor maneira na sociedade", coloca os pontos nos "is" Fernando Lima. "Nem todos são puros, como em todas as instituições humanas. Devem-se recrutar homens bons e livres. Através de um conjunto de perguntas, inquéritos e conversas tenta fazer-se uma avaliação. Normalmente é sugerido por um irmão ou irmã."

Mery Ruah diz que até pela Internet dá para tentar entrar na maçonaria. Isabel Corker, a mais jovem grã-mestre em atividade, conta a sua história: "fui eu que fui à maçonaria. Telefonei, marquei entrevista. Na altura não havia internet, foi há muitos anos. À hora marcada, estava lá a bater à porta". Quanto ao recrutamento é simples: "Não fazemos juízos de valor, mas avaliamos caráter. O caráter não se muda".
E vai mais longe: "Se enquanto maçons soubéssemos avaliar bem as pessoas, não cometeríamos erros. A maçonaria é como o resto da sociedade: há sempre bom e mau. Há maçons que são capazes de grandes rasgos de inteligência e outros capazes dos maiores enganos".
E é isto. Estamos em 6017, mas toca a voltar a 2017. Está tudo igual, senhoras e senhores. O café sabe ao mesmo, o metro tem os seus atrasos, Lisboa continua poliglota, os taxistas continuam com o nariz torcido por causa da concorrência 2.0 e as margaritas numa certa casa mexicana continuam salgadas e robustas.



https://www.tsf.pt/sociedade/interior/as-pessoas-gostam-de-andar-a-caca-do-macom-8616566.html

2018/01/17

e então o V:. M:. disse ao neófito



«É amplamente conhecida a fraternidade que une os maçons. E também é conhecida a fidelidade dos membros da maçonaria aos seus regulamentos. Porém, os nossos estatutos incluem um artigo que prevê a estrita observância das leis vigentes do estado de direito onde a maçonaria opera, e esse artigo prevalece sobre todas as outras normas, regulamentares ou morais. 

A maçonaria recorre à simbologia para transmitir muitos dos seus valores e conhecimentos, e um templo maçónico é um local de trabalho repleto de símbolos, no entanto irá verificar que o símbolo mais importante que existe num templo maçónico é a bandeira nacional. O significado desse símbolo dispensa qualquer interpretação pois que une, de um modo irredutível, os que aqui se reúnem àqueles que aqui não entram, numa inequívoca interpretação da afirmação: “A Maçonaria é uma instituição comprometida com o Mundo, com o País e com a Comunidade, e pugna pela Liberdade, Igualdade e Fraternidade entre todos os indivíduos”. 

Aqui, não se conspira contra o Estado de Direito, não se urdem interesses pessoais ou corporativos contras as suas instituições, a sua economia, a sua cultura e o seu progresso, ou mesmo contra terceiros. E é obrigação de todo o maçom pugnar para que sempre assim seja. 

Tenha isto em conta Sr……X….., para seu descanso acerca do passo que está a dar, e como orientação de vida que certamente não lhe será prática desconhecida, mas que entendemos importante sublinhar.»

2017/09/25

Alguns princípios maçónicos



 

1. A Maçonaria proclama desde sua origem a existência de um Princípio Criador que denomina de GRANDE ARQUITECTO DO UNIVERSO;


2. A Maçonaria é uma instituição filosófica, que proclama a liberdade de consciência como direito humano fundamental;


3. A Maçonaria não impõe limite à investigação da Verdade e exige a todos a necessária tolerância para garantir esta liberdade;


4. A Maçonaria proscreve qualquer discussão sectária, de natureza política ou religiosa, dentro dos seus Templos ou fora deles em nome da Ordem;


5. A Maçonaria condena o despotismo e trabalha, incessantemente, para unir a espécie humana pelos laços do amor fraternal;


6. Todo o pensamento maçónico deve ser criador. Cada maçom deve concorrer para assimilar os ideais da Ordem e desenvolvê-los no limite das suas capacidades;


7. A Maçonaria é acessível aos homens de todas as classes, crenças religiosas e convicções políticas, com excepção daquelas que privem o homem da liberdade de consciência e exijam submissão incondicional a líderes;


8. A Maçonaria exige e fomenta a prática da solidariedade humana, induzindo os seus adeptos a dedicarem-se à felicidade dos seus semelhantes, não porque a razão e a justiça lhes imponham esse dever, mas porque o sentimento de solidariedade é sua qualidade inata.


9. Ser maçom é ser amante da Virtude, da Sabedoria, da Justiça e da Humanidade; e lutar contra a hipocrisia e o fanatismo;


10. Ser maçom é ser amigo dos pobres e desvalidos da sorte, dos que sofrem, dos que têm fome e sede de justiça; é propor como única norma de conduta o bem de todos e o seu progresso e engrandecimento;


11. Ser maçom é querer a harmonia das famílias, a concórdia dos povos, a paz entre o género humano;


12. Ser maçom é praticar a Tolerância e exercer a Caridade sem distinção de raças, crenças ou opiniões.

2017/09/14

A Maçonaria revelando-se ao mundo profano



Excerto de Maçonaria como Disciplina Acadêmica (Parte II)

«...Nos últimos anos, entretanto, alguns muçulmanos, com base na literatura antimaçônica ocidental, vêm ligando a Maçonaria à figura do Dajjal, o anticristo. Essas ideias foram inicialmente desenvolvidos em 1987 pelo escritor egípcio, Sa’id Ayyub. Na Inglaterra, uma figura-chave na elaboração e popularização dessas ideias foi David Musa Pidcock, um consultor de máquinas Sheffield, que se tornou muçulmano em 1975 e é o líder do Partido Islâmico da Grã-Bretanha. A ideia de que os maçons adoram o Dajjal tem se tornado comum em comunidades muçulmanas na Inglaterra e em outros lugares. Nos últimos meses, sites islâmicos publicaram análises entusiasmadas de uma fita de áudio chamada Shadows, produzida por uma companhia de Londres, Hallaqah Media, que argumenta que os maçons criaram uma nova ordem mundial e são os servos do Dajjal. Se estamos no início de uma luta para proteger e reafirmar os valores seculares do Iluminismo, é inevitável que o estudo da Maçonaria, muito ligada à criação desses valores, assumirá nova relevância.»
Autor: Andrew Prescott
Tradução: José Filardo
*Clique AQUI para ler a primeira parte do artigo.

2017/06/17

A vida num só dia

A Vida Num Só Dia
Rádio Macau


Eu podia desvendar os segredos mais secretos
O som, a cor, o olhar e o número fatal
Tomar de assalto os céus em cruzadas proibidas
Olhar nos olhos de Deus e esperar o final

Viver como por magia a vida num só dia
Viver como por magia a vida num só dia
Viver como por magia a vida num só dia
Viver como por magia a vida num só dia

Eu podia conhecer os segredos mais secretos
Transmutar o meu ser em ouro filosofal
Esconder o rosto cansado sob o meu balandrau negro
Deixar o tempo parado e esperar o final

Viver como por magia a vida num só dia
Viver como por magia a vida num só dia
Viver como por magia a vida num só dia
Viver como por magia a vida num só dia

Viver como por magia a vida num só dia
Viver como por magia a vida num só dia
Viver como por magia a vida num só dia
Viver como por magia a vida num só dia

Viver como por magia a vida num só dia
Viver como por magia...


2017/02/16

Sobre Eutanásia




A EUTANÁSIA SEGUNDO PEDRO VAZ PATTO — (por Factos, ficção e filosofia in Facebook)
Há algumas semanas, a revista Sábado destacou o testemunho de um médico que eutanasiou quatro pessoas. Tornou-se assim público algo que, na verdade, já se sabia: a eutanásia é uma realidade em Portugal. Em resposta a esse testemunho, Pedro Vaz Patto (PVP) escreveu um artigo – aquele que está ali em baixo – onde avança algumas das objecções recorrentes à legalização da eutanásia. Vale a pena expor a sua fragilidade.
Tendo em mente a eutanásia voluntária, PVP alega o seguinte:
“[N]unca é absolutamente seguro que se respeita a vontade autêntica de uma pessoa que pede a eutanásia. Nunca pode haver a garantia absoluta de que o pedido de eutanásia é verdadeiramente livre, inequívoco e irreversível. Muitas vezes, traduz um estado de espírito momentâneo, que pode ser superado.”
Quem defende a eutanásia voluntária, entende que esta deve ser praticada apenas quando o paciente exprime, sem coerção, um desejo competente de morrer — ou quando, estando incapacitado, exprimiu competentemente esse desejo a respeito das circunstâncias em que agora se encontra. Para PVP, no entanto, a eutanásia deverá estar fora de questão na ausência de uma “garantia absoluta” de que o desejo é competente. O problema é que esta exigência, tão forte que nunca poderá ser satisfeita, acaba por resultar no seguinte: vamos, então, tratar o paciente como se tivéssemos a garantia absoluta de que ele é incompetente. Assim, se uma pessoa estiver muito doente ou incapacitada, sofrerá ainda o infortúnio de ser tratada como se já não fosse um agente racional, como se a sua vontade a respeito de algo que lhe concerne primariamente (o modo como a sua própria vida irá terminar) nada contasse.
A exigência de PVP é descabida. Como devia ser óbvio, estar muito doente ou fisicamente incapacitado não implica cair num estado de perturbação mental que nos prive de fazer escolhas competentes. Em muitos casos, havendo um pedido de morrer expresso com lucidez ao longo de um período de tempo considerável, temos razões suficientemente fortes para julgar que esse pedido é competente. O ónus da prova, aliás, caberá a quem duvide desse juízo. Diria até que as pessoas têm o direito moral a uma presunção de competência – i.e. que tratá-las como incompetentes, na ausência de razões suficientemente fortes para crer na sua incompetência, é fazer-lhes uma injustiça.
Por que razão, então, se há-de exigir uma “garantia absoluta” de competência, impossível de satisfazer? PVP sugere que a irreversibilidade da eutanásia torna essa exigência apropriada. “É que a decisão de suprimir uma vida”, afirma, “é a mais absolutamente irreversível de quaisquer decisões, dela nunca pode voltar-se atrás.” Acontece que as coisas não são tão simples. Suponha-se que, sem nenhuma razão para considerar incompetente um pedido de eutanásia, recusa-se esse pedido e condena-se a pessoa que o fez a agonizar durante semanas. Todo esse sofrimento que ela terá de suportar — em virtude de a tratarem como se estivessem certos da sua incompetência — também será absolutamente irreversível.

http://www.sabado.pt/vida/detalhe/eutanasia_a_morte_nunca_e_resposta

http://www.sabado.pt/vida/detalhe/eutanasia_o_direito_de_dizer_nao_ao_sofrimento


https://www.facebook.com/permalink.php?story_fbid=889941571083759&id=882292341848682